Muita insegurança pairou em cima do Carnaval 2016 em Pelotas e os motivos são muitos. Esse clima, porém, durou até exatamente a manhã desta sábado, quando, uma semana antes do início oficial das festividades em todo o país, diversos blocos, grupos e bandas começaram a se juntar para o desfile da Confraria do Samba. O endereço não poderia ser mais propício para um evento que resgatou os velhos tempos: a rua 15 de novembro.

Às 11h, diretamente do Bar do Rogério, quase um ponto turístico de Pelotas localizado na rua Doutor Cassiano, já podia se ouvir batuques, marchinhas, adaptações de músicas conhecidas e muita risada. Na sequência, a multidão que chegou a agregar centenas de pessoas iniciou percurso em direção ao Calçadão, passando ainda por Mercado Central até fazer simbólica entrada na rua de paralelepípedos que nas primeiras décadas do século 20 fez de Pelotas referência no Carnaval de rua.

Rogério Silva, um dos organizadores destacou não apenas a alegria que o evento causou, mas seu significado. “Isso daqui é o povo. O Carnaval e as ruas têm que ser do povo.”

Abusando do samba, do pulo, do canto e do sorriso estavam as irmãs Dulce e Dilce Amaral, lendas do Carnaval pelotense – a segunda fora a primeira porta-bandeira da banda empolgação. Segundo elas, após o momento de instabilidade da festa popular, restou aproveitar o desfile. “Isso é ótimo. Tá todo mundo contente, faceiro, ninguém brigando com ninguém. Viva o Carnaval de rua”, disse Dulce. “Me faz quase chorar de saudade dos velhos tempos”, completou a irmã.

Apesar da estreia dessa forma nas ruas de Pelotas, o desfile da Confraria do Samba não é novidade. Pelo sexto ano consecutivo, o grupo parte rumo ao Rio de Janeiro.